Triste
um homem sentou-se debaixo de uma árvore e começou a reclamar. Precisava tomar
uma decisão e queria ouvir o Criador. Confiava que o que ouviria seria de
grande proveito como orientação, mas não conseguia entender o que chegava como
sinais até ele.
Triste
reclamava e se lamentava sem saber se o Criador o respondia ou se era ele quem
não ouvia.
Vendo
a aflição do homem a árvore o interrogou querendo saber se poderia ajudar, levando
o refrigério de sua sombra às angústias de sua alma. O homem, então, contou à
árvore seu sofrimento. Precisava de resposta. Apenas isso.
A
árvore não entendeu porque ele não tinha a resposta ainda. Não podia também
satisfazer-lhe o desejo. Mas havia uma coisa que ela podia fazer: contar-lhe
como o Criador respondia suas orações.
Prontamente
a grande árvore começou a explicar ao homem suas aflições e como o Criador a
cultivava.
Nasci
da terra, pela palavra do meu D’us. E aqui estão plantadas minhas raízes. Aqui
necessito de sol e de chuva; precioso que outros seres venham e joguem aos meus
pés folhas e substancias que se tornarão meu alimento. Para isso dependo do meu
Senhor e oro todos os dias agradecendo sua providência que não falha.
Mas
se eu não fizer a minha parte, não serei alimentada e certamente morrerei. Minhas
raízes precisam descer na terra, para capturar nutrientes e água... Minha copa
precisa se abrir ao sol para que, iluminada, produza vida. Meu tronco precisa
estar forte e firme para suportar as tempestades que vem. E certamente D’us não
permitirá que caia de mim uma folha sequer, sem que Ele saiba disso.
O
homem ficou a pensar no que a árvore lhe falava com tanta fé. Então descobriu
que sua busca não era em vão, mas deveria ser tenaz, como a raiz da árvore. Seu
coração não deveria estar fechado, mas deveria se abrir a luz do Criador para
ser capaz de perceber o que acontecia ao seu redor e sua fé deveria estar
firme, como um tronco, a fim de aguentar a tempestade que morava em sua vida
naqueles dias.
Foi
aí, então, que a nuvem negra se foi e na brisa mansa ele entendeu a resposta do
Criador. Sempre esteve ali e ele ainda não tinha percebido.
Sentar-se
debaixo de uma árvore para ler um livro nunca mais foi igual.
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