27 de fevereiro de 2003.
O oleiro fez duas jarras, um par perfeito. Ambas foram pintadas de preto e ambas tinham um metro de altura. Não foram feitas para um lugar de grande destaque na decoração de uma casa, eram de barro. Mas mesmo assim decorariam a casa.
Foram dadas de presente separadas, cada uma para uma dona de casa.
A primeira dona de casa encheu sua jarra com ramos de apenas uma cor. Colocou-a no corredor e nem todos que entravam na casa a viam. Mas os amigos mais íntimos, que passavam por ali, a elogiavam. Certamente o corredor estaria vazio sem a jarra.
A segunda dona de casa encheu sua jarra com ramos coloridos e a colocou em um lugar de destaque na sala de visitas. Todos a viam. E ao verem diziam que os cristais eram mais bonitos e que seus ramos ofuscavam com tantas cores.
As jarras eram iguais, mas a primeira dona de casa sabia onde colocar o presente do oleiro. Sabia seu lugar, conhecia sua identidade. A segunda, não sabia e sua casa foi menos apreciada. Poderia a segunda dona de casa invejar a primeira sendo as jarras iguais?
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