quinta-feira, 23 de julho de 2009

À Alma.

19 de maio de 2008.

Alma.

Vejo você,
Tão superficialmente, tão misteriosa.
Não sei quem é, vejo apenas um vulto.
Está escondida, debaixo de tantos padrões, tantas mentiras.
Então te suponho, não te vejo e te magôo.

Vejo você,
Está ao meu lado todos os dias.
Tão rápida, tão apressada,
Com tanto a fazer e, por isso,
Tenho tanto a perder de você.
Ainda está escondida.
Então te suponho, não te vejo e te magôo.

Vejo você,
Em suas expressões, em seus gostos.
Vou um pouco além, mas há tanto espaço em você...
É tão vasto, é tão longo, tão largo.
E tão longe.
Minhas vistas não chegam até o fim.
Então te suponho, não te vejo e te magôo.

Mas um dia entro no recinto secreto...
Na intimidade protegida,
No jardim fechado.
Descubro tuas cores, desvendo teus mistérios.
Toco a tua sensibilidade.
Você fica nua diante dos meus olhos.

Não está escondida.
Então não te suponho,
Te vejo, te sinto,
Te amo e não te magôo,

Alma.

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