quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Pomba.

(25 de janeiro de 2002)

Era época de provas na faculdade. Tinha aulas no período da manhã e no final da tarde. Resolvi ficar pra estudar. O campus era grande e havia vários lugares agradáveis para ler.

Fui até uma praça depois do almoço. Sentei-me e peguei um livro pra estudar. O dia estava bom, ensolarado, mas não quente. Corria um ventinho fresco. Distraí-me lendo.

De repente pareceu-me ter algum tipo de companhia. Olhei vagarosamente para o lado, desconfiada. Era uma pombinha quase toda branca. Também estava me observando e, certamente, mais desconfiada que eu. Não sei quem se admirava mais, se eu, intrigada com a curiosidade dela; ou se ela, aproximando-se devagarzinho.

Parei de ler para vê-la. Era simples, desprovida de aparência pomposa ou qualquer glamour. Aproximava-se lentamente, sempre observando meus movimentos, sem se assustar. Olhava-me de lado e dava uns passinhos. Parava, olhava outra vez. E vinha mais perto. Não parecia estar acostumada ao convívio humano com as pombas co centro da cidade. Mas também não era arredia ou selvagem. Era um animalzinho simples, frágil e manso. Não tinha medo de mim. Mas chagava devagar para saber se podia se aproximar mais. Quem sabe uma possível amizade?

Não sei se era linda ou bonitinha. Era muito graciosa. Chegou a ficar do meu lado, quase sobre meu colo. Tal era sua mansidão! Depois se foi assustada com o barulho de pessoas que passavam correndo. Mas deixou sua marca de simplicidade, mansidão e amabilidade. Assim, como o sopro do Senhor.

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